Exposições de Nonatto Coelho

Um conjunto de 40 pinturas de Nonatto estarão expostas a partir de 7 de Abril (terça-feira) no Museu de Arte de Goiânia

Nonatto Coelho um dos expoentes da geração 80, em Goiás, apresenta a exposição Technifagia, no Museu de Arte de Goiânia, da Secretaria Municipal de Cultura, reunindo um conjunto de 40 pinturas em técnica mista, a partir do dia 7de Abril, Terça-Feira, com vernissage às 20h. O artista explica que o título da mostra individual Technifagia tem como referência o termo Antropofagia utilizado pelos Modernistas, no início do século 20, para conceituarem o movimento cultural que buscava a identidade brasileira e a expressava por meio desta metáfora que significa digerir, aproveitar, assimilar, o que há de melhor nas várias influências dos povos que contribuem para a formação do Brasil. Para explicar a escolha da palavra para nomear o conteúdo e a forma de suas composições, Nonatto cita trechos de Oswald de Andrade em seu manifesto antropofágico, de 1928. "Só a Antropofagia nos une socialmente, economicamente, filosoficamente. O grande escritor do modernismo Brasileiro termina o manifesto datando o ano 374 da deglutição do bispo Sardinha, quando os índios Caetés teriam comido 91 náufragos, entre eles o primeiro bispo do Brasil, no litoral sul de Alagoas, em 1556. Assim me inspirei para intitular a exposição de Technifagia”, conta. Nonatto também lembra que recorreu a utilização do título inusitado porque semanticamente a palavra " technifagia" vem do do idioma grego, no qual techni significa arte e fagia corresponde à comida. “Assim degluto a arte dos grandes mestres da pintura comum gosto pessoal e popular”, compara. A exposição marca os 27 anos de trajetória artística do pintor. Natural de Inhumas, ele começou a se projetar no circuito da arte contemporânea brasileira em 1982, aos 19 anos, quando participou do 5° Salão Nacional de Artes Plásticas do Rio de Janeiro, promovido pela Funarte. Ao longo dos anos, o artista realizou inúmeras exposições, participou de vários salões e obteve muitos prêmios relevantes. Entre eles, destaque para a Bienal de Goiás, em1992, quando foi premiado com uma viagem internacional que possibilitou sua ida para a Europa, onde morou e trabalhou por mais de uma década.“Assim fui para Paris, de lá fui pra Grécia procurar vestígios de meus antepassados espirituais e por lá residi 11 anos, porém com frequentes incursões culturais por Israel, Egito, Jordânia, Turquia, Itália, Suíça,Áustria,Espanha, Portugal e Bélgica. Retornei ao Brasil e à Inhumas em 2003 e tenho uma estranha sensação de que nunca me ausentei”, observa Nonatto ao concluir: “repito sempre que o tempo cronologicamente não conta em termos da vida da arte, o tempo em arte é um tempo espiritual, cósmico”.

 

Segundo o próprio Nonatto Coelho:

TECHNIFAGIA  é um  exagero verbal, um palavrão pra definir algo comum em minha vida: A PINTURA. Talvez seja até pretensioso de minha parte compilar parte de frases , recortar palavras pra compor o título  de uma corriqueira exposição de pintura - que estará no museu de arte de Goiânia de 07 de abril a 03 de maio. E na galeria Thomas Jefferson de Brasília de  05 a 27 de junho de 2009 - . Mas na essência desta " palavrona" está a palavra  ANTROPOFAGIA , cunhada por Osvald de Andrade pra conceituar a modernidade  Brasileira em 1928 ( o mesmo  Andrade pode ter se inspirado  nos futuristas Italianos de 1909 pra compor seu "Manifesto Antropofágico").  Assim falo de comida , de autofagia, do homem comendo o próprio  homem,  TECHNIFAGIA come a própria arte, é um termo que eu diria ser TAUTOLOGICO. Eu nunca fui criativo, não sei criar nada, apenas assimilo as coisas e reinterpreto ao meu MODUS PICTÒRICO, sempre fui canibal (no bom sentido), pinto por paixão  e vício; principalmente de madrugada;  minha  energia  pictórica  é  quase sempre  matinal,  durmo  sempre muito cedo  e  acordo  de madrugada   atormentado  pela  vontade  de  trabalha.  Pinto  por  compulsão,  tensão,  só  paro de  pintar  pra  ler ( leio  muito  sobre arte ), e  para  corujar  meu  único  filho de 03  anos  Arthur  que  é  minha  paixão,  minha  outra   tese.

 A  minha  tensão  é  mineira  ( razão  vs.  emoção ) , na  Grécia   onde  estive  por  11  anos,   eu   tinha o  habito  de visitar   os  mosteiros ortodoxos  de  Bizâncio , também  no deserto  dos  montes  Sinai  entre  Egito  e  Israel me  foi  revelado  o  meu lado  "Bizantino"  de sentir  a vida,  lá  estão  algumas   Igrejas  bem   conservadas  dos primeiros  anos do  império  anacrônico  do  bizantinismo,  lá  fiz  um  paralelo  possível  entre  a   alma  nostálgica  de  Minas   Gerais  e  o  medo  atávico  que  o mineiro  de  maneira  geral  sente  sobre  o futuro;  a  alma  mineira  que  me  fez   Goiano,  me  engessa  entre  a  razão   sobrenatural  e  a  emoção  pragmática,  criando  fantasmas  e  terremotos  em  minhas  entranhas,  fazendo  eu  pintar   pra  exorcizar  parte  deste  legado...,  e  o  que  já deu pra  entender  em  27  anos  de  pintura,  é  que  a arte  tem  de  ter   autonomia  em  relação  ao  social;  esta  "autonomia"  existe  em  meu  trabalho  ( com  o  perdão  da  imodéstia )  por  uma  questão  de   teimosia  e  intransigência;  eu  não  consigo  fazer  arte  para  o  comercio ( acho  que  o  comercio  deve  existir  em  função  da  arte ),  Não  sei  vender  alma,  até  evito  comercializar  meus  quadros ( temendo as armadilhas do mercado ) mesmo  que  paradoxalmente  eu,  como  qualquer  ser  humano,  necessite  das  energias  geradas  pelo  pecuniário.   Acho  que  a  arte  é  casada  com  a  ciência  e  prima-irmã  da   religião,  e  ela  antes  de tudo  deve  servir  ao  seu  criador,  depois  pode  ser  apreciada   por  outros... Talvez  por  eu  ser  fiel  às   minhas  idéias  é  que  ainda  não  consegui  as   benções  do  poder  público,  nunca   fui  beneficiado  diretamente  por  este  ou  aquele  governo,  seja  ele  municipal,  estadual,  etc.  em  Inhumas  onde  sempre  tive  atelier  sou  um  OUTSIDER  ( graças  a  Deus ) um  anônimo,  ando livremente  de  vagar  e  na  descida ( pra  economizar  a natureza ), " Vagabundo  errante",   porém  sem   transgredir  as  leis,  durmo  de  portas  abertas,  acordando  de  manhã  pra  retocar  a  maquiagem,  ouvindo  o galo  cantar;   daí  vou  pro  cavalete  pintar  a dor  e  o  prazer  de  ser  eu  mesmo (  com  o  perdão  da  heresia ), mas  amando  o  próximo  como  a  mim  mesmo.

Exposição TechnifagiaPinturas de Nonatto CoelhoMAG- Museu de Arte de Goiânia Vernissage, 07 de Abril, às 20hsRua 01 Bosque dos Buritis -Setor Oeste Aberta até 3 de MaioEntrada FrancaContato de Nonatto: coelhononato@yahoo.com.br

MAIS NOTÍCIAS SOBRE INHUMAS E REGIÃO
CDL Saúde: acesse o catálogo de 2020 do CDL Inhumas
Inhumas vai ter caixa eletrônico do Banco24Horas
Decreto autoriza a reabertura dos comércios em Inhumas
Governo de Goiás lança novo decreto com novas regras para o comércio e outras atividades