Publicado em 05/03/2009 05:10

AGM recomenda corte na carne

Abe­lar­do Vaz (PP) se mos­tra pre­o­cu­pa­do com a si­tu­a­ção das pre­fei­tu­ras e alega que a que­da de ar­re­ca­da­ção é em de­cor­rên­cia da cri­se mun­di­al

O pre­fei­to de In­hu­mas, Abe­lar­do Vaz (PP), que na sex­ta-fei­ra, 27, foi elei­to pre­si­den­te da As­so­cia­ção Go­i­a­na dos Mu­ni­cí­pios (AGM), se mos­tra pre­o­cu­pa­do com a si­tu­a­ção das pre­fei­tu­ras. Se­gun­do ele, a que­da de ar­re­ca­da­ção é em de­cor­rên­cia da cri­se mun­di­al, ou se­ja, afe­ta a to­dos. Por is­so mes­mo, ele diz que a pri­mei­ra do­se do re­mé­dio é amar­ga, mas não tem co­mo fu­gir.


"O pri­mei­ro pas­so é cor­tar na pró­pria car­ne no sen­ti­do de di­mi­nu­ir des­pe­sas das pre­fei­tu­ras. Os ges­to­res não têm es­ca­pa­tó­ria. Mas já es­ta­mos che­gan­do a um pon­to em que es­ta­mos fi­can­do es­tran­gu­la­dos. Não tem mais on­de cor­tar. A gran­de mai­o­ria dos mu­ni­cí­pios não es­tá fa­zen­do con­tra­to de car­gos co­mis­sio­na­dos."


Pa­ra­le­la­men­te a cor­tar des­pe­sas, Abe­lar­do diz que as pre­fei­tu­ras têm de in­cre­men­tar su­as re­cei­tas pró­pri­as. "Es­ta­mos ori­en­tan­do os pre­fei­tos nes­se sen­ti­do. Is­so é pos­sí­vel no cur­to pra­zo, por exem­plo, com a re­vi­são das pau­tas de IT­BI (Im­pos­to so­bre a Trans­mis­são de Bens Imó­veis), de ITU e IP­TU (Im­pos­tos Pre­di­al e Ter­ri­to­ri­al Ur­ba­nos). E boa par­te dos mu­ni­cí­pios tem pos­si­bi­li­da­de de ar­re­ca­dar mais ISSQN (Im­pos­to so­bre Ser­vi­ços de Qual­quer Na­tu­re­za) se fi­zer um tra­ba­lho mais pro­fis­si­o­nal, com fis­ca­li­za­ção mais ri­go­ro­sa."


O pre­si­den­te da AGM con­ta que os pre­fei­tos tam­bém de­vem es­tar aten­tos no in­cre­men­to de re­cei­ta de ICMS e do FPM. "Pa­ra is­so es­ta­mos tra­ba­lhan­do com as fe­de­ra­ções de mu­ni­cí­pios e de pre­fei­tos pa­ra um re­sul­ta­do rá­pi­do, de for­ma a le­var nos­sas pro­pos­tas ao go­ver­no fe­de­ral na mar­cha de pre­fei­tos que se­rá re­a­li­za­da ago­ra em mar­ço ou abril", diz. Abe­lar­do Vaz tal­vez se es­que­ça que mo­bi­li­za­ções de pre­fei­tos em Bra­sí­lia ge­ral­men­te pro­du­zem bo­as ima­gens pa­ra jor­nal e te­le­vi­são, mas têm si­do de pou­cos re­sul­ta­dos prá­ti­cos. Na mais re­cen­te, no mês pas­sa­do, o pre­si­den­te Lu­la apro­vei­tou a pre­sen­ça dos mais de 3,3 mil pre­fei­tos pa­ra fa­zer o pré-lan­ça­men­to da can­di­da­tu­ra da mi­nis­tra-che­fe da Ca­sa Ci­vil, Dil­ma Rous­seff, à Pre­si­dên­cia da Re­pú­bli­ca.


Abe­lar­do Vaz mos­tra nú­me­ros de sua pre­fei­tu­ra pa­ra ilus­trar a si­tu­a­ção de pe­nú­ria dos mu­ni­cí­pios. "A que­da de ar­re­ca­da­ção na Pre­fei­tu­ra de In­hu­mas, em ja­nei­ro de 2009 em re­la­ção ao mes­mo mês de 2008 foi da or­dem de 10% na re­cei­ta to­tal, A que­da mai­or foi do ICMS e me­nor do FPM. A que­da foi de cer­ca de R$ 300 mil nes­te mês, va­lor ex­pres­si­vo pa­ra uma pre­fei­tu­ra pe­que­na." Co­mo agra­van­te da si­tu­a­ção, Abe­lar­do Vaz lem­bra que nes­te pe­rí­o­do hou­ve dois au­men­tos de sa­lá­rio mí­ni­mo, em mar­ço de 2008 e ago­ra em fe­ve­rei­ro de 2009. O im­pac­to des­ses au­men­tos é for­te nas con­tas das pre­fei­tu­ras.


A AGM es­tá pre­pa­ran­do um ma­te­ri­al pa­ra dis­tri­bui­ção aos pre­fei­tos, mas mes­mo an­tes dis­so o tra­ba­lho tem si­do fei­to pes­so­al­men­te. "Pe­di­mos pa­ra que nes­te ano os pre­fei­tos não fa­çam des­pe­sas que não se­jam es­sen­ci­ais, e que bus­quem for­mas de in­cre­men­tar a ar­re­ca­da­ção."


De­mis­sões - Can­di­da­to de opo­si­ção que ga­nhou uma pre­fei­tu­ra com sé­rios pro­ble­mas de ad­mi­nis­tra­ção, o de­mo­cra­ta Ju­ra­ci Mar­tins, pre­fei­to de Rio Ver­de, ado­tou vá­ri­as ações na ten­ta­ti­va con­ter gas­tos e ade­quar as des­pe­sas da pre­fei­tu­ra à re­du­ção na ar­re­ca­da­ção do mu­ni­cí­pio. A me­di­da mais drás­ti­ca foi a re­du­ção no nú­me­ro de ser­vi­do­res co­mis­sio­na­dos.


Ju­ra­ci in­for­mou à im­pren­sa que, em ja­nei­ro, a re­cei­ta com im­pos­tos e ou­tras fon­tes so­freu que­da de 10% na com­pa­ra­ção a de­zem­bro de 2008. A san­gria na ar­re­ca­da­ção se tor­na ain­da mais gra­ve por cau­sa da dí­vi­da do mu­ni­cí­pio com o Ins­ti­tu­to Na­ci­o­nal de Se­gu­ro So­ci­al (INSS), ava­li­a­da em R$ 25 mi­lhões.


O pre­fei­to dis­se que es­pe­ra eco­no­mi­zar R$ 437 mil por ano com o en­xu­ga­men­to dos re­pas­ses pa­ra ins­ti­tu­tos e fun­dos man­ti­dos pe­lo mu­ni­cí­pio e mais R$ 3,6 mi­lhões anua­is com a ex­tin­ção de ser­vi­ços ter­cei­ri­za­dos co­mo se­gu­ran­ça e lim­pe­za de pré­di­os pú­bli­cos e pu­bli­ci­da­de e marke­ting. Ele ain­da acre­di­ta que po­de eco­no­mi­zar R$ 400 mil em con­tas de ce­lu­la­res, car­ros e com­bus­tí­veis, be­ne­fí­ci­os que fo­ram re­ti­ra­dos de fun­cio­ná­rios mu­ni­ci­pa­is do pri­mei­ro e se­gun­do es­ca­lão. (Ce­zar San­tos)

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