A  crise do leite, agrava-se mês a mês, em Goiás.  A maioria dos produtores rurais recebe entre R$ 0,30 e R$ 0,50 por litro de leite entregue às indústrias. No entanto,  no outro lado da história, o preço do produto depois de industrializado é comercializado nos supermercados entre R$ 1,60 e R$ 1,80, e, em alguns estabelecimentos, chegam a R$ 2,00.

Alguma fatia da cadeia, do leite fica rica da noite para o dia, às custas da falência da pecuária leiteira ou da exploração da população. É justo que o consumidor final tome conhecimento desse fato e que exija das autoridades ações no sentido de corrigir essa disparidade, seja através da intervenção de deputados da bancada ruralista, constituindo-se uma comissão de investigação de deputados federais e/ou estaduais, seja através de comunicação ao Ministério Público.

PRESSÕES

Ora, se a indústria não consegue pagar mais pelo leite aos produtores, por questões de mercado, nada mais justo que o produto chegue ao consumidor a um preço em torno de  R$ 1,00. As pressões têm de surgir de todas as vertentes para evitar o massacre que está ocorrendo em um dos principais,  senão o principal  setor que emprega mão-de-obra no campo.

Agora, o Ministério da Agricultura adota medidas para apoiar a comercialização do leite. O objetivo é reduzir o excedente do produto no mercado e melhorar os preços para os produtores. Uma das medidas é o Prêmio de Escoamento de Produto (Pep) que, por meio de leilões quinzenais, permitirá o escoamento da produção para regiões deficitárias.

Os leilões, relizados com base nos preços mínimos, iniciaram-se dia 13 de janeiro, quando foram ofertados 200 milhões de litros do produto. O preço de referência para efeito de comparação é de R$ 0,47 por litro de leite nas regiões Sul e Sudeste. Na região Centro-Oeste, preço mínimo de R$ 0,45 por litro, exceto no Estado de Mato Grosso, em que a referência foi fixada em R$ 0,41. O valor do prêmio é R$ 0,07 por litro.
Hélvio Queiroz dos Santos