Publicado em 09/08/2007 11:52

Frescuras de Dominado

Você conhece a maria-vai-com-as-outras? Se não conhece, não está perdendo nada, porque essa Maria...

Você conhece a maria-vai-com-as-outras? Se não conhece, não está perdendo nada, porque essa Maria é pessoa fraca, não tem personalidade vai com qualquer um. Como no comércio dos imitadores, cheio de frescura em inglês tipo fashion, ao invés de moda ou então como o senhor Flamboyant ( que dizia perpetuar a cultura goiana ) surge agora como in concert; e na Globo, quando transmite Fórmula 1 e sai da prova um piloto, lá vem gravado na tela out (fora).

Ora os avançados alemães, italianos, japoneses, perderam a 2ª Guerra, dominados pelos aliados ( o Brasil ajudou os aliados, perdendo 500 homens), sendo compreensível a invasão da língua do invasor nos países invadidos, no caso, acabou sendo a dos Estados Unidos, que teve a espada mais longa. Vai daí, o Brasil, que não perdeu a guerra , o quinto idioma mais falado do mundo, é obrigado a engolir expressões que o seu povo não entende? Pura macaquice, infelizmente disseminada em alguns de nossos pontos turísticos ( em Rio Quente, o Hot Park, sem contar o besteirol das imobiliárias nos balneários de Caldas Novas com water (água) para clientes que só conhecem o português.

Às vezes, o indivíduo não percebe, mas fica cada vez mais influenciado pelos outros, quando esses outros têm fama. São casos de quem morre de paixão por astros da música, que junta grana (quando junta, porque geralmente são os pais que botam a mão no bolso) para viajar a outras cidades e outros palcos, para gritar e agarrar os ídolos.

O disparate é universal, daqui a Nova Iorque ( e por favor não me corrija para York pois a palavra adjetiva não é nova-iorquino?).

Sem mídia, não é raro ignorar um talento. Presenciei isso na Europa, em 1997. Eu estava em Barcelona, passando em frente a uma catedral histórica, quando um sujeito tocando violão despertou minha atenção.Ele executava , divinamente,Recuerdos de la Alhambra. No chão, o estojo do instrumento, em cima do estojo alguns CDs. Eu me aproximei, atraído pelos acordes e prelúdios. Batemos ligeiro papo, elogiei a interpretação da Alhambra, comprei um disco e me fui, esquecendo de pegar autógrafo.

O desconhecido intérprete, Javier Van Velthoven, tocando violão na rua, fiquei sabendo, fora premiado várias vezes, era virtuose no instrumento e professor.

Que pena. Esse artista espetacular, exímio violonista, professor, vendendo CDs nas ruas de Barcelona para sobreviver... enquanto muitos badulaques de rock arrancam gritos de admirados cabeças-de-galinha, sem ligar ao belo país.

Não custa lembrar, sabe por que o Brasil não aparece mais? Porque parte da nossa indústria e meios de divulgação faz questão de copiar, achando nisso muita graça, quando na verdade é uma desgraça. É o mesmo que você, João ou Maria, fazendo propaganda de seu concorrente, o José e Manuelina. Sim senhor, e lá vai nome inglês nas camisas, nos anúncios, nos nomes de lojas, e no raio que o parta.

Para quem não percebe que é lombo de burro, aceitando cargas docilmente, até parece que gosta de ser dominado.

Já passa da hora de recusar a carga e fugir. Fugir, é lógico, para os prados, vertentes e bosques dos nossos personalismo, e encontrar sorrisos... brasileiros.

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