Publicado em 15/08/2006 13:04

HISTÓRIAS DE PODER

Se o significado do mundo é maior que o próprio mundo, como explicar Inhumas a partir de José e Roberto?

"Os homens não têm poder, exercem poder". Tão atual como no tempo de Maquiavel, essa afirmativa é conhecida de muitos inhumenses.  Contudo, a questão é: Se o significado do mundo é maior que o próprio mundo, como explicar Inhumas a partir de José Essado e Roberto Balestra?

A intenção aqui não é decifrar o segredo do triunfo ou das derrotas que limitam nossa análise em relação as personas de José Essado e Roberto Balestra ao plano político, até porque ambos são indivíduos que exercer a sua aptidão em outros setores; são empresários, geram emprego e dispensam seus empregados como quaisquer patrões. Contudo, os esforços por eles empreendendidos não são suficientes para entender o crescimento rápido de Inhumas. Nem sempre ações determinam ritmo, crescimento também é um conceito cultural. Daí, o imaginário coletivo local os vê como elementos imbricados num jogo maniqueísta do bem e do mal. Situação demonstrada na alternância de prefeitos e ou vereadores por eles apoiados.

O que importa, embora muitos não entendam é que José Essado e Roberto Balestra conquistaram espaço político dado também a circunstância histórica da abertura democrática pós-ditadura no final dos anos 1970. No contexto dos anos 70 o idealismo jovem da sociedade local fez surgir jovens preocupados com uma militância político-ideológica hoje insuficientemente talhada por debates. Os inimigos são outros, os medos e acepção de poder suplantaram o conjunto das antigas ideologias.Assim, de local, a política inhumense fora projetada em níveis estadual e nacional. Assistimos a política municipalista ajudar a constituir a ponta do ice berg do pensamento nacional.

Inclinados a mobilizar as massas, o talento de cada um é explicado pela vocação no diálogo com o povo. Reformuladores dos costumes locais foram refratários de mudanças, contudo se o sucesso em suas atividades políticas alcançaram resultados positivos para si ou para a cidade, o exercício do poder emanado de ambos nunca os legitimou serem eleitos por si mesmo, aliás, nunca, político algum foi eleito nesse país sem apoio do voto popular(pós-ditadura). Logo, a culpa do pouco desenvolvimento de Inhumas dá-se em razão do que comentam os buchichos populares? Pela dissonância ou richa entre José Essado e Roberto Balestra? Como isentar os críticos de plantão da culpa do desenvolvimento da cidade, quando muitos deles ajudam a reelege-los ?

Nada vinga ou dura sem o apoio popular, por isso por receio, o político respeita o povo.

Portadores de uma força que desconhecem, o povo passa a ser representado por interlocutores e porta-vozes. O fato é que o pouco desenvolvimento da cidade não se dá pela dissensão entre José Essado e Roberto Balestra. Se o fosse, não estariam dependendo da cidade e de sua gente para manutenção de sua reeleição. Essa confirmação pode ser feita se observadas as disputas de espaços pelos carros de som e correligionários a caça de votos

O imaginário da política inhumense intensifica a força de ambos numa eterna manutenção de poder. Será a cidade a materialização do poder que exercem segundo suas vontades? Nomes de ruas, prédios públicos e praças?Essa não seria a hora da ruptura desse chamado continuísmo? Onde está a propalada terceira, quarta e quinta vias? Que novos ismos nascerão a partir da redefinição do balestrismo e essadismo? Será que a juventude responsável por uma nova linha de concepção política não assumirá um caráter mais conservador aqueles que seu discurso critica ou nega?

José Essado e Roberto Balestra são elementos de uma mesma dialética. Povoam de maneira semelhante o imaginário local como referência a pousar novamente na vida eletiva. Basta andar pela cidade e olhar a quimera do sonho de muitos jovens candidatos, por isso enxotam as aves-de-arribação que empoleiram os que querem catar piolho. Serão papagaios de piratas ou as vias que nunca se efetivam? Serão apadrinhados debaixo das asas dos condores?

José Essado troveja idéias e incendeia com o volume de sua oratória as tribunas, mas precisa voltar aos tempos de peregrino dos votos como um devoto da fé na vocação do universo político, ser homem dos mutirões, pois se sua biografia justifica sua vida política cuide da confiança prescrita pelo povo na garantida daquilo que o homem e o político José Essado é.

Roberto Balestra é o estrategista a vencer o tempo sem sair de sua duração. Entende a terra com a força daquilo que o antecipa em dois endereços: em casa a família e na terra o trabalho. Contudo, o real valor do balanço político não esta computado por números,mas pelo legado moral que isso implica.

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