Ladrão acidentado durante fuga não tem direito ao DPVAT
Um juiz do Tribunal de Justiça de Goiás, considerou ser indevida a indenização do seguro DPVAT quando o acidente de trânsito ocorrer no momento de prática de ilícito penal.
O juiz substituto Sebastião Fleury, do Tribunal de Justiça de Goiás, considerou ser indevida a indenização do seguro DPVAT na hipótese em que o acidente de trânsito tenha ocorrido no momento de prática de ilícito penal. A decisão foi tomada ao reformar sentença que determinava o pagamento de R$ 13,5 mil. Em defesa da seguradora, a advogada Fabiane Gomes, do escritório Jacó Coelho Advogados, recorreu pela improcedência do pedido, alegando que o condutor do veículo estava fugindo da polícia no momento do acidente e que a ‘atividade delituosa não merece a guarida do ordenamento jurídico’.
Pautada por precedentes de outros tribunais, Fabiane Gomes contestou o pedido de indenização.
Em março de 2014, o denunciado, portando uma arma de fogo, roubou uma moto e fugiu do local em alta velocidade. Ele foi avistado por policiais militares e, na rota de fuga, colidiu a moto com outro veículo. Ferido, o assaltante foi encaminhado para o Hospital de Urgências de Goiânia.
Depois, o denunciado recorreu à Justiça para receber o seguro DPVAT, destinado a indenizar vítimas de acidentes de trânsito, e teve o pedido acatado em primeira instância.
Em julgamento no Tribunal de Justiça, o relator do recurso, Sebastião Luiz Fleury, destacou em sua decisão: “Ainda que a Lei 6.194/74 preveja em seu artigo 5.º que a indenização será devida independentemente de apuração de culpa certo é não poder ser desprezado o princípio geral do direito segundo o qual não pode o agente se beneficiar da sua própria torpeza. Além disso, a vítima do roubo da motocicleta provavelmente não foi ressarcida dos prejuízos experimentados.”
Por este motivo, o magistrado reformou a sentença e julgou improcedente o pedido inicial.
“Inverto os ônus de sucumbência, condenando a parte autora/apelada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, os quais fixo em R$1.000, ressalvando as disposições contidas nos §§ 2º e 3º, do artigo 98, uma vez que litiga sob o pálio da gratuidade da justiça”, decidiu Fleury.
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